quinta-feira, 10 de março de 2011

Será?

Estava pensando... Será que chegará o dia em que não escreveremos mais à mão? Não sentiremos o cheiro de livros novos ao voar por entre suas páginas? Será que tudo caminhará mesmo para o mundo virtual cada vez mais?


Será que todo o sentimentalismo existente numa carta se perderá? A digitação rápida e barulhenta finalmente se erguerá sobre o toque suave do lápis sobre o papel? Será que, daqui pra frente, não teremos mais o eterno companheiro de viagem — o bom e velho livro —, pois será trocado pelos e-books? Perderemos, então, a essência da leitura?

Será que, qualquer dia desses, já não haverá mais livrarias, bibliotecas? Tudo será on-line, a cliques de distância? Não haverá mais a caminhada à tardezinha com o sol a nos iluminar até a banca de jornal? Não haverá mais aquele furor de folhear mais e mais livros, ansioso por encontrar algum que prenda sua atenção?

Será que nosso futuro é querer tudo na mão MAIS AINDA? Será que estamos mesmo nos dirigindo a um futuro solitário, em que não haverá mais necessidade — nem vontade, consequentemente — de sair de casa? Será que estamos forjando nossa cela, sem lembrar de criar uma porta, uma válvula de escape?

A tecnologia é incrível, fascinante. Uso a Internet, por exemplo, todos os dias para trabalhar e estudar e me manter atualizado em relação às notícias do dia. Ferramenta pra lá de útil, sem dúvida alguma. Mas, decididamente, não quero dela mais do que o necessário. Afinal, diversão mesmo é ter contato com amigos, viajar pelo mundo (e não na web), e até deixar a mente fluir com um pedaço de papel e uma caneta.

Às vezes, para se ir longe, não é preciso nem virar à esquina. Mas até que seria bom dar uma corridinha até lá, de vez em quando. (se é que você me entende ^^)

Abraços àqueles que veem o mundo além da tela à qual estão se inclinando neste exato momento.



(Antes que me chamem de hipócrita, tudo o que escrevo aqui já foi escrito em meu “livro pessoal”, no qual rabisco memórias de um universo que ainda estou descobrindo — o meu próprio universo.)

Um comentário:

  1. Hipócri...quer dizer, glorioso Xandão!!!!!! XD
    Não é a primeira vez que venho aqui, mas a primeira que comento.

    Não é o único a ficar receoso com o rumo em que as coisas estão indo...
    Cresci copiando folhas e mais folhas na biblioteca, buscando livros por temas e autores em gavetas lotadas, lendo gibis da Mônica nas horas vagas, mandando e recebendo cartões de Natal e quaisquer outras datas comemorativas (todos guardados com muito carinho).

    Triste ver que toda uma geração nunca teve esses prazeres...e provavelmente sua assinatura será a única forma de escrita manual. Até que a tecnologia substitua isso também...

    Abraços

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