quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

"O amor que salva"

Hoje uma foto, uma frase, um sorriso de verdade me acordaram. 

Não sei nem por onde começar. 

Vivo em um mundo interno, andando em círculos, onde nem sei na verdade quem eu sou.

Como sair? Como mudar um hábito arraigado, que o comodismo nosso de cada dia nos sugere ao pé do ouvido "não mude. Faz mal a você, dói, eu sei. Mas mudar significa ir ao novo, sair da realidade que está acostumado, não mais ter estas válvulas de escape que, ainda que te afundem, te trazem este prazer nocivo. E daí que depois você está vazio? Faça de novo, e você esquecerá por instantes esse vácuo entre quem você é e como você está".

Quem eu sou e como estou. Ao lembrar de mim mesmo, ao lembrar da minha história, consigo entender as frases tatuadas no meu braço: "aquele que sempre acreditou em si mesmo".  Encontro o combustível, as ferramentas necessárias para construir o meu paraíso aqui mesmo, onde estou.

Mas para mantê-lo, preciso de algo além das lembranças. 

Preciso agir. Não tem jeito. Preciso relembrar quem sou, e impor este eu sobre a situação que vivo. Lembrar que tudo passa, mas eu continuo. Não vai ser um problema que vai me apagar. Não vai ser uma fase ruim que vai me fazer desistir. 

Mas falta algo ainda.

Se a felicidade só é real quando compartilhada (Mr. McCandlees, essa frase é sua!), então este paraíso a ser construído deve caber mais gente além de mim. E precisa oferecer a alegria em vez de cobrá-la. Não há outra forma.

Vai ter momentos em que vou me sentir voltando ao fundo. Em que vou voltar a dar ouvidos ao comodismo, ao vício de passar pela vida sem de fato vivê-la. E aí eu preciso deixar este texto sempre perto de mim, pra reencontrar meu caminho e seguir em frente. 

A foto que vi. O sorriso que me fez sentir. A frase que me arrebatou. Nada é meu, mas senti como um presente. Muito obrigado, mundo doido que passa mensagens o tempo todo. Dessa vez eu estava atento, consegui captar.

De todo modo, sinto que preciso colocar aqui uma foto que remeta ao meu próprio sentido do "amor que salva". Não achei só uma, então vai duas. O Eu de 22 anos, vivendo os dias, cada um deles, de forma realmente VIVA, e o ser humaninho que é hoje minha maior professora na matéria da vida.

Ao Alê do futuro: vai passar. Lembre-se de tudo isso aqui que você escreveu. Recalcule a rota. Siga em frente. Vai dar bom. A história que você construiu é a prova. Ainda que não saiba quem você é neste momento, lembre-se do que você já foi e molde o que você será a partir de agora. Não importam os erros, as falhas, as chances perdidas. O passado é aprendizado. O presente é a folha em branco e o futuro é você quem escreve. 

(E passe isso aos outros. Você é bom nisso.)

Toma a música aí: 


quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Nostalgia



De vez em quando eu acho que perdi o jeito de fazer isto; de deixar as palavras simplesmente se soltarem, entrarem em erupção e acharem uma rota de fuga dessa mente confusa. Mas hora ou outra, elas acabam arranjando um jeito e emergem, atropelando-se, juntando uma ideia na outra e, quando menos espero, lá está a frase, o parágrafo, o texto. 

A princípio nem sempre elas fazem sentido, mas depois acham um jeito de se organizar e voilá! Mais um pedaço de mim que saiu correndo e se espatifou no papel.

...

Eu costumava compartilhar todos esses acidentes literários com você, né? 

...

Às vezes ainda me pego pensando em ti. Pensando em como você tá, em como seria se as decisões que tomei fossem outras. 

Será que conseguiríamos zerar toda nossa bucket list? Todos os nossos “coisas a fazer com você”... Eram tantas, tão simples e tão entusiasmantes!

...

Será que continuaríamos alimentando aquele sentimento bonito um pelo outro? Será que, a cada vez que eu olhasse no seu olho, eu ainda perderia as palavras? Será que teríamos nossas conversas filosóficas nas cadeirinhas reclináveis no seu quintal, enquanto dávamos formas às nuvens ou contávamos as estrelas? Será que a gente ainda completaria a frase um do outro?

...

Saudades de ti. Faz falta ficar horas e horas conversando sobre tudo e nada com você, ou às vezes só ficar te olhando, e me enxergar no reflexo do azul dos seus olhos; ver o dourado dos seus cabelos esvoaçando parque afora; ouvir sua risada contida de “eu não sei explicar isso! É mágico!” toda vez que tentávamos explicar o que sentíamos um pelo outro. 

Tô ouvindo sua música favorita. Meus olhos marejam. 

As palavras tão acabando (quantas foram as vezes que nem precisávamos delas?)

...

Que nada tire seu sorriso e, se tirar, que seja por pouco tempo.

Beijão.