quarta-feira, 25 de maio de 2022

Cartas que não poderei entregar

Olá, tudo bem?

Tá um dia bonito aqui fora. Os dias têm sido bonitos. Frio de manhãzinha, um calor à tarde e mais um pouco de frio à noite para dormir cheio de coberta.

Por aqui, tudo certo. As coisas estão indo bem no trampo, talvez até role uma viagem firmeza para Boston, a cidade que eu morei na época que estava nos EUA! Estou empolgado com essa possibilidade, porque é um lugar que eu amo muito, de coração. É mais minha casa que minha própria casa.

Falando em casa, consegui me entender com todos e as desavenças diminuíram muito. Estamos levando até que bem!

Já a pequena, todo dia uma surpresa diferente. Mas, sempre, surpresas boas! Ela fez sua primeira apresentação na escola, a coisa mais linda que já vi na minha vida! Percebi o quão importante são esses momentos que parecem simples. Ver ela ali, sorrindo, dançando, cantando, brincando... Enche meu coração de uma felicidade extrema. Pode ser coisa de pai, mas é algo que transborda em mim toda vez que vejo ela com aquele sorriso sincero e puro.

Quanto a mim, tenho tentado controlar meus impulsos que me trazem dor para, assim, tentar me tornar uma pessoa melhor. Tem muitas coisas ainda que me incomodam em mim mesmo, e decidi de uma vez por todas tentar mudar. Não posso me contentar com quem sou, se isto ainda me traz desventuras e remorsos. Por isso, estou tentando, todo dia, ser alguém melhor que o dia anterior. Não é fácil, mas é pra isso que estamos aqui, né? Para ser alguém melhor para nós mesmos e, consequentemente, para aqueles que nos rodeiam.

Tava ouvindo uma música e o começo dela me lembrou o que eu quero tanto te perguntar: como vai você? Como tem vivido a vida? Como está tudo? Já tem planos para o futuro?

Ao mesmo tempo, fico imaginando se deveria mesmo te perguntar tudo isso. Acho que é hora de te deixar livre, de fato. Eu tenho prendido memórias suas comigo. São memórias boas, de risadas, de momentos felizes, de momentos difíceis também, mas que conseguimos passar. Não acho que deveria. Não acho que isso é saudável para mim. Então, por enquanto, acho que o mais correto é libertar até mesmo estas memórias, para que, se um dia nos vermos, a página que será escrita esteja em branco e não rascunhada de expectativas e lembranças. 

Bom, em todo caso, fica meu oi e minhas desculpas.

Desculpa, de verdade. Vou continuar me esforçando para não mais interferir, mas é que já havia muito a ser dito, e eu só queria saber...

... Como vai você?

Abraço,

quinta-feira, 5 de maio de 2022

O Anjo Mais Velho

 


Dia 5 de um monte ainda que vai vir.

Desculpa. Tá muito difícil ficar longe de você! Eu não imaginei que seria tão complicado, tão dolorido. E eu estava tão decidido! Tão certo de que conseguiria! Mas tá complicado... A saudade tá batendo na minha cara com um soco inglês a cada 15, 20 minutos.

Vezenquando releio as nossas conversas, ouço inúmeras vezes os áudios... Mas não desisti. Sempre que bate a vontade maluca de te ver, de perguntar como tá o dia, de saber como anda a vida, eu lembro que isso tudo é pro seu bem; que é o melhor que posso fazer por ti agora. Que, por mais que doa (acredite, dói bastante), é a ação mais correta a tomar se eu me importo de verdade com a sua felicidade.

Fico ainda imaginando o dia em que vamos nos ver, em que conseguiremos dar risada disso tudo e construir novas lembranças. Sabe como eu penso que seria?

Mais ou menos assim:

Chegando à sua cidade, você estaria me esperando, procurando meu rosto em cada ônibus que chega, em cada táxi que estaciona. Eu, do meu lado, te procuro pela janela, torcendo para chegar o mais rápido possível até você.

Então nossos olhares se cruzam.

Seus olhos claros reluzem e as lágrimas escorrem dos meus. Caminho ansiosamente para seu abraço, mas, antes, paro à sua frente. Olho profundamente para ti, e palavras saem do fundo da minha alma para dizer “eu amo você”.

Então, enfim, o abraço. Não sei quanto tempo a gente fica ali, abraçado, juntos. Parece que não existe hora e que ali é o lugar mais seguro, mais calmo e mais feliz de todo o mundo. A vontade de morar em seus braços simplesmente não passa.

Por fim, nos soltamos, mas as mãos seguem segurando uma à outra. O sorriso mais belo que vi na minha vida inunda meu ser, e, daí pra frente, é uma outra página a ser escrita.

“Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”

(ouçam a música, ou leiam a letra. Ela complementa isso tudo :D)