O céu está tão bonito hoje! Posso ver as estrelas com
facilidade. Hoje elas cobrem o céu quase por completo. É incrível como isso me
faz sorrir sempre, não importa o que estou passando ou o que estou sentindo. À
minha direita, o mar. Posso ouvir daqui o barulho das ondas quebrando na areia; o reflexo da lua tremula na água, agitada pelas brisas de verão que nessa
noite se fazem presentes.
As luzes dos postes relevam minhas sombras, únicas
companheiras de caminhada, que crescem e diminuem a cada passo que dou. Então,
paro.
Hesito.
Uma gota quente percorre meu rosto e toca meus lábios. O
gosto salgado me faz olhar pra trás, e parte de mim quer dar meia volta, quer
largar a mochila no chão e correr pra você novamente. Volto minha visão
bruscamente para frente. Não posso voltar mais. Não agora. Cerro meus punhos,
fazendo meu máximo para enjaular meus sentimentos, a fim de não deixá-los
explodir e tomarem conta de mim, levando-me a fazer exatamente o que minha
razão suplica para que eu não faça.
Respiro fundo.
Acalmo-me, enfim.
Acalmo-me, enfim.
Olho para as placas, que indicam que não estou tão longe do
meu destino agora. As estrelas continuam no céu. As ondas do mar ainda ditam o
ritmo dos passos e a brisa parece querer me empurrar para frente. Junto o que
restou de mim e volto a caminhar, convicto a não deixar pistas.
Ironicamente, pistas foram tudo o que te deixei.
(continua)
Estou perdida. Help me.
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