Nesta prisão, debato-me. Tento buscar a chave, quebrar as
barras. Cavar uma saída, quebrar as paredes. Mas minhas ações parecem em vão.
As pessoas que poderiam me ajudar, me jogam cada vez mais
para dentro. Me empurram, pisam, cospem, esquecem. Não lembram que eu, humano,
também sangro, também sinto.
Também choro.
Mas não tenho tempo a perder. Preciso achar uma saída! Minhas
lamentações não me trarão a liberdade. Sem ajuda, sem compreensão, mas com a
força de vontade que sempre tive.
(só mais este dia, vamos!)
E a cada afirmação minha, a cada vez que volto a acreditar em
mim mesmo, eu ouço o som das barras se rompendo, das paredes se rachando. O trabalho
é árduo, mas não há outro jeito.
Vou superar os tapas, as vozes, os pensamentos. Vou levantar
e forçar minha saída. Vou acordar e não mais ter este pesadelo. Vou, enfim,
abrir minhas asas que há tanto tempo não têm a liberdade de se mover. Voarei,
enfim, pelo meu próprio percurso.
E de tão alto, não mais ouvirei o que me prendia. Não mais
lamentarei a cela.
Por agora, me resta seguir. Me resta resistir.
A prisão será passado.
E nada mais vai me segurar.
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