Lendo as linhas do texto que conta a história dos meus dias, deparo-me com um sem-número de incompletudes, frases abertas, ideias fragmentadas.
Parênteses abertos que dão vazão a interpretações que se
perdem no tempo e espaço --- o que pode caber entre parênteses? Uma frase? Uma
ideia?
... Uma vida?
Cá entre nós, muito entre aspas, abro parênteses por todo
caminho que trilho, e já não sei onde começa uma frase e onde se inicia outra e
a falta de pontuação me faz ficar sem fôlego ao ler e clamo enlouquecidamente
por uma vírgula que possa enfim me permitir inalar o ar que me envolve ainda
que pesado e frio mas necessário para me manter vivo e me pergunto já sem
aguentar se um dia vou encontrar meu ponto final.
Meus caminhos tortuosos copiados a lápis sobre o papel, como
se assim, ao apagá-los, eu pudesse reescrever o passado. Tolo de mim, que ainda
não entendi as lições de outrora e me vejo obrigado a repeti-las, numa
tentativa desesperada de vencer os fantasmas de ontem que vivem em mim.
Meu destino incerto não me permite a segurança de fechar um
ciclo.
Não consigo fechar um parêntese sequer, e é um tanto estar
entre vírgulas que me vejo um aposto de mim mesmo, esmiuçando o óbvio a todo
momento.
Meu dia a dia é um vis a vis num reflexo infinito no espelho.
Solidão? Reflexão?
(Me perdi do meu início e é tarde demais para
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